Plantio em Ondina, Salvador |
quinta-feira, 3 de novembro de 2022
quarta-feira, 21 de março de 2018
quarta-feira, 23 de março de 2016
Vetiver o Grampo Verde - Raiz profunda, densa e resistente - Contenção de encostas e taludes
Marcadores:
água,
ambiente,
bahia,
bioengenharia,
conservação,
contenção,
deslizamento,
engenharia,
erosão,
grampo verde,
meio ambiente,
prevenção,
profunda,
salvador,
sedimento,
sistema,
solo,
taludes,
terra,
vetiver
segunda-feira, 19 de outubro de 2015
Contenção de encosta em Ondina ,Salvador.
Contenção de encosta em Ondina com Vetiver
O plantio foi feito em fins de Outubro de 2014
O Vetiver com 8 meses
Marcadores:
água,
ambiente,
bahia,
bioengenharia,
conservação,
contenção,
deslizamento,
encosta,
engenharia,
erosão,
grampo verde,
meio ambiente,
sedimento,
taludes,
vetiver
quinta-feira, 23 de agosto de 2012
Plantio do Capim Vetiver - Projeto Piloto nas encostas da Cidade de Salvador - BA
ESTADO
DA BAHIA
PREFEITURA
MUNICIPAL DE SALVADOR – PMS
SECRETARIA
MUNICIPAL DOS TRANSPORTES E INFRA-ESTRUTURA
DEFESA
CIVIL DE SALVADOR - CODESAL
Plantio do Capim
Vetiver
Projeto Piloto nas
encostas da Cidade de Salvador - BA
Resumo
O presente relatório apresenta os
resultados obtidos a partir do
plantio do capim vetiver em 02 (duas) encostas situadas na cidade de
Salvador-BA. Trata-se de uma iniciativa pioneira conjunta entre a
Prefeitura Municipal de Salvador (PMS), através da Secretaria
Municipal dos Transpores Urbanos e Infraestrutura (SETIN), coordenada
pela Defesa Civil de Salvador (CODESAL) e em parceria com as
instituições Biofábrica Jafm e a Associação de permacultura de
Quingoma (APQui), no intuito de buscar alternativas para promover a
cobertura vegetal de encostas desnudas e submetidas aos processos
erosivos.
Introdução
Ao longo do seu processo histórico, a
cidade de Salvador é acometida
por acidentes associados a processos hidrogeológicos, devido à sua
formação geológica peculiar, associado aos índices pluviométricos
concentrados em determinados períodos do ano. Concorre também para
isso o fato de haver uma ocupação urbana espontânea acelerada nas
últimas décadas, tornando os escorregamentos freqüentes, o que
acarreta grandes prejuízos ao município e aos munícipes, quando da
sua ocorrência.
A ausência de infraestrutura em
vários dos pontos associados a riscos
de escorregamentos - são mais de 1200 pontos de acordo com o Plano
Diretor de Encostas (PDE/2004) -, é um elemento relevante para o
desequilíbrio e manifestação dos processos naturais de acomodação
do maciço. Dentro deste contexto, busca-se reduzir os processos
erosivos em encostas sem revestimento de vegetação, ora pela
fragilidade que o solo encontra-se submetido, ora pelo carreamento de
material e obstrução de redes de drenagem, tendo por consequência,
alagamentos localizados.
Como alternativa para esta situação
a solução adotada é o plantio de grama “em tapete”, de forma
generalizada, inclusive em encostas com alta declividade, o que
muitas vezes, apenas posterga o desencadeamento dos processos
erosivos e deslizamentos de terra. Outras técnicas de cobertura
vegetal, a exemplo da hidrossemeadura também faz parte das
alternativas de reabilitação de áreas degradadas.
Com a
intenção de procurar novas alternativas foi proposto em agosto de
2011 e executado em outubro do mesmo ano, através da referida
parceria, a implantação de duas áreas experimentais no município
de Salvador. A primeira área escolhida foi na Avenida Luis Eduardo
Magalhães, via de grande fluxo de veículos acometida de
escorregamento rotacional com grande impacto no trânsito de Salvador
no ano de 2001, e que ainda possui muitas áreas desprovidas de
vegetação. A segunda área escolhida foi no Vale dos Barris, outro
ponto de grande fluxo de veículos em que, anualmente e de forma
sistemática, lonas plásticas são disponibilizadas para cobertura
superficial e combate ao processo erosivo em períodos chuvosos, de
forma paliativa.
Desenvolvimento
Para efeito de materialização dos
dados constantes neste relatório é importante o conhecimento prévio
de algumas informações das áreas submetidas à intervenção, bem
como, do capim vetiver.
Garcia
– Vale dos Barris
|
Av.
Luis Eduardo Magalhães
|
Ocupação
Antrópica
03
- Predominantemente Vertical I, baixa renda, até 4 andares para
cima e bem adensada.
Essas
áreas evoluíram, em geral, a partir de ocupações desordenadas
e de invasões passadas. Mesmo sendo, via de regra, portadora de
obras de saneamento e de infra-estrutura (drenagem, rede de esgoto
e coleta regular de lixo) apresenta uma elevada densidade de
pontos de risco, associados a problemas como traçados urbanos
inadequados, edificações sobre aterros sem controle tecnológico,
taludes íngremes derivados de cortes promovidos para a construção
e ampliação de imóveis sem acompanhamento técnico
especializado, entre outros problemas característicos de um
desenvolvimento urbano sem planejamento adequado. Ressalte-se a
possibilidade de ocorrência e execução de cortes radicais,
verticalizados, no terreno, com obras de contenção inadequadas e
ineficientes que podem por a população em risco, especialmente
nas vertentes íngremes no domínio da unidade
geológica-geotécnica do Barreiras e trecho de contato deste com
o manto de intemperismo proveniente da rocha cristalina alterada
(regolito).
|
Ocupação
Natural
F3
- Floresta Ombrófila antropizada estágio avançado de degradação
(capoeira)
F2
- Floresta Ombrófila antropizada estágio Intermediário de
degradação, com árvores frutíferas e pomares.
Feições
Tecnogênicas
|
Domínio
do Embasamento Cristalino
As
encostas nesse domínio são alongadas apresentando vertentes
esculpidas em perfis de alteração evoluídos a partir do
Embasamento Cristalino.
Regra
geral, estes perfis apresentam de base para topo: Rocha alterada /
Regolito / Solos jovem-maduro argilo-siltosos com espessuras de
até 30 metros.
Diferem
entre si, pelo grau de evolução do solo amadurecido e/ou pelas
modificações introduzidas por recorte de taludes. A maior parte
de acidentes nesse ambiente ocorrem na forma de rupturas curvas de
pequena extensão longitudinal e profundidades rasas desenvolvidas
na interface solo jovem/solo maduro ou no ambiente raso do solo
maduro e provavelmente estão condicionadas a problemas de
drenagem em terrenos recortados.
|
Idem
|
Fonte: Plano Diretor de Encostas
(PDE/2004)
O
Capim
Vetiver (Vetiveria
zizanioides L. Nash)
O
mau uso do solo acarreta um dos mais graves problemas ambientais, que
é a erosão hídrica, com as
estatísticas demonstrando sobre as perdas físicas dos solos em todo
o mundo, com toneladas de terra férteis erodidas e transportadas
para os rios. A intrincada rede de bainhas e folhas do Vetiver
estabelece barreiras naturais, filtrando e aumentando a capacidade de
infiltração da água, contribuindo com a melhoria da qualidade e da
quantidade de água ofertada. Reduzem também a velocidade das
enxurradas ao aumentar a capacidade de infiltração d’água no
solo, controlando a erosão até mesmo em grandes inclinações
A
literatura pesquisada indica que o plantio do capim vetiver deverá
ser realizado em fileiras formando barreiras simples, com alta
eficiência na conservação do solo e da água, controle de
sedimentos, estabilização e reabilitação de terras. As raízes
apresentam profundidade média de 3 a 4 metros após 12 meses de
plantadas, tornando-a uma difusora de água em períodos chuvosos
e ao mesmo tempo resistindo à secas prolongadas. Elas apresentam um
impressionante poder de penetração, inclusive transpondo camadas
com impedimentos rochosos e seu sistema radicular agregante de solo,
forma um grampeamento natural muito difícil de ser desagregado,
funcionando como “pregos do solo”.
Além
do mais o capim vetiver não possui rizomas e suas sementes são
estéreis não sendo, desta
forma, uma espécie invasiva. Sua proliferação é feita por meio de
divisão de touceiras. Possui resistência a pragas, doenças e
incêndios, bem como é tolerante a solos ácidos ou básicos, sem
alteração das características descritas.
O
capim vetiver é intolerante a sombreamento, porém melhora o
microambiente para que outras plantas semeadas ou pioneiras se
estabeleçam. Ele realiza a
proteção de mananciais e a contenção de encostas habitadas em
áreas vulneráveis.
Em
áreas degradadas, onde os métodos tradicionais de proteção
ambiental são complexos, onerosos, pouco práticos e de eficiência
questionável, a implantação do referido capim torna-se uma opção
alternativa simples, eficiente, eficaz e de custo reduzido para a
operacionalização.
Procedimentos
da inspeção/observação:
As
mudas plantadas não receberam tratamento específico. Na composição
do berço (local do plantio), foram escavados buracos de
aproximadamente 30 cm, sem nenhum tipo de adubação ou corretivo da
acidez do solo. As mudas plantadas tinham tamanho aproximado de 50 cm
(parte área) e não mais do que 10 cm em relação à região do
enraizamento.
As
regas realizadas foram, basicamente, no momento do plantio (Av. Luís
Eduardo Magalhães) e regas mais frequentes (número não
determinado), realizado pela comunidade, na região do Vale dos
Barris.
Na
primeira área o solo está em
elevado grau de erodibilidade, sem camada de matéria orgânica. O
mesmo tem característica laminar, cores entre amarelo e vermelho,
além de concentração de material carreado nas calhas de drenagem,
localizadas à jusante, do local de plantio.
No
Vale dos Barris, o solo apresenta-se misturado com resíduos sólidos,
proveniente de lançamentos por parte da comunidade, durante anos de
manejo inadequado. Percebe-se um solo entre o cinza e marrom,
caracterizando presença de matéria orgânica. Existe vegetação do
tipo capim colonião, mamonas, bananeiras, coqueiros e outras árvores
de pequeno, médio e grande porte. Os processos erosivos instalados
estão associados aos períodos de ausência de vegetação e ocorre
de forma superficial, com carreamento de folhas e solo para cotas
inferiores.
Objetivo
Verificar
a viabilidade do plantio do capim vetiver como uma alternativa
preventiva para o uso da cobertura vegetal nas encostas de áreas
vulneráveis Salvador, como forma de controle da erosão das mesmas.
Metodologia
A
implantação do projeto
piloto, através do plantio do vetiver, ocorreu em outubro de 2011,
com inspeções periódicas previstas. Cumprindo a este cronograma,
foi realizada em abril de 2012, após seis meses do plantio, a
primeira inspeção programada.
Foram
escavadas trincheiras de verificação nos dois pontos de plantio,
para monitoramento da ramificação das raízes, crescimento vertical
e alongamento das mesmas, além do esforço necessário para o
arranque das plantas, neste caso, sem uso de instrumentos de medição.
Os
resultados das ações em campo, neste momento, estão associados às
experiências vividas por cada um dos técnicos envolvidos. Foram
utilizados trena de medição para identificação das medidas e
máquina fotográfica para registro; as
ferramentas utilizadas para abertura das trincheiras e retirada das
mudas foram uma enxada, uma enxadeta, uma picareta, uma pá, um
cavador, uma cavadeira e um facão.
Avenida
Luis Eduardo Magalhães:
Avaliação
1:
Área
plantada: 100m²
Quantidade
de mudas: 500
Participaram
da inspeção/observação:
Rita
Moraes – Codesal.
Gilberto
Campos – Codesal.
Luís
Ferreira da Silva – Limpurb (
a serviço da Codesal)
João
Euflorzino Pinheiro – Limpurb
(a serviço da Codesal)
Fernando
– Biofábrica J.A.F.M
Edmilson
- APQui
Nélson
Araújo – Petrobrás.
Procedimentos
e observações:
- Identificação das mudas passíveis de arranque. Foram escolhidas mudas de extremidades, que apresentassem pouca ou nenhuma influência junto à linha/fileira de plantio, não deixando que o espaço vazio acrescentasse maior fragilidade, embora o processo de replantio fosse ocorrer. As mudas apresentaram pouco desenvolvimento das partes áreas em relação à verticalização e visível alteração em relação ao fechamento das fileiras, ou seja, desenvolvimento de novas plantas no sentido horizontal, com consequente fechamento das fileiras.
- Escavação na parte frontal da muda para verificar o alongamento e área de influência da raiz. O solo apresenta-se com formato laminar e as raízes acompanharam as falhas associadas à este tipo de distribuição, formando uma malha de cobertura. Foram encontradas malhas até a profundidade de 50 cm, aproximadamente.
- Verificação da distribuição espacial das mesmas. Não houve avanço em relação à área delimitada para plantio. O desenvolvimento das mudas ocorreu no sentido de fechamento e intensificação somente nas fileiras plantadas.
- Combate à erosão superficial. Na calha de drenagem situada abaixo das fileiras de plantio do capim vetiver, não foram encontrados resíduos resultantes de carreamento de material, fato identificado nas áreas seguintes e posteriores à zona de plantio.
Avenida
Vale dos Barris:
Avaliação
2:
Área
plantada: 100m2
Quantidade
de mudas: 400
Participaram
da inspeção/observação:
Tomaz
Miranda – Codesal
Paulo
Feitosa – Codesal.
Gilberto
Campos – Codesal.
Luís
Ferreira da Silva – Limpurb (
a serviço da Codesal)
João
Euflorzino Pinheiro – Limpurb (a serviço da Codesal)
Fernando
– Biofábrica J.A.F.M
Procedimentos
e observações:
- Identificação de mudas passíveis de arranque. Foram escolhidas mudas de extremidades que apresentassem pouca ou nenhuma influencia no desenvolvimento das fileiras. Não houve replantio, apenas fechamento do local escavado. Da muda inicialmente plantada foram recolhidos 16 propágulos replantados na encosta próxima a Codesal. O capim vetiver apresentou diferenças superiores em relação ao desenvolvimento vertical e maior adensamento das fileiras, quando comparados aos resultados da área localizada na Av. LEM.
- A escavação foi feita ao redor da muda para identificação da área de influencia da mesma. Pelo desenvolvimento da vegetação a melhor opção de escavação identificada foi em forma de circunferência, ao redor da planta. O solo apresenta-se com restos de resíduos sólidos, principalmente materiais cerâmicos. O desenvolvimento das raízes se deu tanto na formação de malha e touceiras, como também, na profundidade e verticalização, alcançando profundidade de até 1 metro. A tentativa de arranque manual demonstrou alta resistência da planta a este procedimento, o qual só foi atingido após a realização da completa escavação do entorno da planta.
- Verificação da distribuição espacial das mesmas. Não houve avanço da espécie plantada fora da área delimitada. Foi identificado adensamento das fileiras e do desenvolvimento horizontal nas áreas plantadas.
- Combate à erosão superficial. Entre as fileiras foram encontradas folhas de diversas árvores e, até mesmo, objetos, retidos pelas fileiras horizontais do capim vetiver. Resíduos de solos carreados de cotas superiores também.
Conclusão:
Os resultados alcançados demonstram
uma adequação do capim vetiver às condições dos solos, sem
cuidados adicionais ao plantio. No período do plantio os índices
pluviométricos de Salvador para os meses de outubro, novembro e
dezembro foram, respectivamente de 208,5; 319,2 e 86,4 mm, índices
superiores a outros anos, o que, de certa forma, contribuiu para o
desenvolvimento da vegetação. Os resultados relativos a controle da
erosão superficial foram visíveis em ambas as áreas. O
enraizamento, a dificuldade no arranque, o desenvolvimento e
adensamento das fileiras corresponderam ao descrito na literatura
demonstrando que o capim vetiver é uma alternativa viável para
cobertura vegetal e combate a erosão superficial.
Bibliografia
consultada:
Plano Diretor de Encosta
(PDE/2004).
Sistema de Aplicação do Vetiver –
Manual de Referência Técnica.
Anexos:
Fonte:
Informativo do Serviço Geológico do Brasil - CPRM - MME/SGM - Ano 4
- Nº 16 - Edição de junho de 2007 - www.cprm.gov.br
Relatório Fotográfico
– Vetiver.
A escolha das áreas
Foto em 04 de agosto de 2011. Vale dos Barris.
|
Foto em 04 de agosto de 2011. Vale dos Barris.
|
11 de agosto de 2011 – Av. Luis Eduardo
Magalhães.
|
11 de agosto de 2011 – Av. Luis Eduardo
Magalhães.
|
Obs: As fotos
registradas como 04/01/2004 foram tiradas em 11 de agosto de 2011.
O inicio da intervenção
- Vale dos Barris
04 de outubro de 2011 – Vale dos Barris
|
04 de outubro de 2011 –Vale dos Barris
|
04 de outubro de 2011 – Vale dos Barris
|
04 de outubro de 2011 – Vale dos Barris
|
O inicio da intervenção
– Avenida Luis Eduardo Magalhães – LEM
Plantio com delimitação da área.
|
Visão geral da área de plantio
|
Calha de drenagem com sedimentos
|
Erosão superficial
|
Mudas plantadas em linha
|
Altura relativa das mudas.
|
Início da Prospecção
– Av. Luis Eduardo Magalhães
Início da Prospecção
– Vale dos Barris.
Outra aplicação –
Pousada Baluarte
Sistema vetiver, leguminosas, manta e barreiras
de eucalipto.
|
Sistema vetiver, leguminosas, manta e barreiras
de eucalipto.
|
Técnico Responsável
Rita Moraes, Gilberto
Campos, Tomaz Miranda e Paulo Feitosa
|
Data
31/05/2012
|
Assinatura |
Marcadores:
agua,
ambiente,
bahia,
bioengenharia,
conservação,
contenção,
controle,
deslizamento,
encostas,
engenharia,
erosão,
grampo verde,
prevenção,
raiz,
salvador,
sedimento,
sistema,
solo,
taludes,
vetiver
Assinar:
Postagens (Atom)